O que leva uma pessoa a ter tanto amor por animais?
Eu posso dizer que já nasci assim. Minha mãe conta que quando eu era ainda bebê de colo e chorava muito, ela me levava para ver os pintinhos que eram criados num galinheiro no quintal ou ainda que chamava a Pituca, a cachorrinha que minha avó trouxe com ela quando veio morar em casa e eu parava na hora. Tive bronquite aos 2 anos de idade e o médico falou para minha mãe que eu não poderia ter contato com animais, principalmente gatos. Mas não adiantou nada, essa paixão estava dentro de mim. A primeira gatinha que ganhei (antes dela apareciam gatos e iam embora, eram gatos andarilhos) foi a Preta. Ou melhor, a historia não foi bem assim… Uma prima da minha mãe me deu um gato preto machinho (coisas de mãe que não queria que desse cria, naquela época era incomum a castração). Mas para meu desespero roubaram meu gatinho, procurava em toda parte o Sr Papadura (não me pergunte o porquê do nome) eu tinha apenas 7 anos de idade. Meu irmão vindo da escola a noite, viu um gatinho preto e não pensou duas vezes: jogou a blusa em cima dele, pegou no colo e trouxe para eu parar de chorar. Foi minha alegria né… mas tinha um pequeno detalhe, não era o Sr Papadura como meu irmão pensou. E ela ganhou o nome de Preta. Minha grande amiga. Viveu por 16 anos. Até hoje eu sinto muito a falta dela, a gente se entendia pelo olhar. É claro que depois dela tive mais gatos, minha casa abriga provisoriamente filhotes da ONG, mas dela nunca vou me esquecer.
Já minha história com cães foi iniciada um pouco antes, eu tinha uns quatro anos. Meu irmão sempre gostou de cães. E um belo dia ele traz a Catuxa para casa. Era uma vira- latinhas de rua de mais ou menos 3 meses que viveu com a gente por 12 anos. A Catuxa era estéril e nunca teve filhotes, aliás ela tinha sonho em ser mãe pois vivia adotando gatinhos e dava até de mamá para eles. Era uma fofa, abria a porta com a boca, só não fechava, gostava de gatos, me seguia até o mercado e quando eu mandava voltar fazia aquela cara de “o quê, hãn?” que só ela com toda a sua viralatisse sabia fazer rsrs… uma companheirona também.
Cresci tendo o privilégio de ter amigos especiais como estes, depois veio o Bombom, o Ringo, O Spike, até os atuais… Kika, Boris, Teka e Belinha. Gatos… vixe não sei nem contar… muitos bichanos eu já cuidei, hoje eu tenho a Mel, A Pity e a Mia (fora os hóspedes)
Animais nos fazem bem, faz de nós pessoas melhores, mais responsáveis.
Sempre tive muito carinho e preocupação por eles. Meu sonho, como de todo protetor é ter um grande espaço para poder recolher os abandonados e poder dar uma vida digna a eles. Vou mais além, é que um dia não precise mais ter protetores com nossa função de resgatar, pois que não haja animais nas ruas. Que todos tenham lares.
Por que estou contando estas coisas? Porque final de ano é tempo de fazermos reflexões, de lembrarmos coisas que nos fazem bem e também pedir a Deus que nos ajude a enfrentar os problemas que ainda estão por vir.
Vida de protetor não é fácil. Não damos conta de tudo quanto gostaríamos. Recebo tantos e-mails de pessoas que dizem que amam animais. Por favor, se você ama tanto, faça alguma coisa por eles também. Não é uma crítica é uma súplica. Estamos com pouquíssimos voluntários, temos tanto trabalho e tão pouca gente realmente engajada…
2010… um ano de lutas e vitórias, tristezas e alegrias. Que 2011 seja para nossos amiguinhos um ano repleto de boas notícias. Que nossos governantes façam leis e cumpram para que eles tenham melhores condições de vida.
E vocês meus queridos, que acompanham nosso blog… ah que vocês tenham um ano repleto de paz e saúde!!! Cuide bem do seu animalzinho, e se ainda não tem um… te proponho que adote uma “Pretinha” ou uma Catuxinha” e verás que benção são os animais em nossas vidas!
Fiquem com Deus. Tudo de maravilhosos neste novo ano!
São os votos da família Adote Já
Bela, Kika, Bóris e Tekinha
Por: Fernanda – Voluntária